sábado, outubro 06, 2012

Fanfic de CandyBabe de Animespirit (Reparação e vingança)



Capítulo 1 - O Besouro-ladrão Dourado

Essa fanfic é do blog Animespirits da membro CandyBabe veja as fanfics da garota aqui


O Besouro-Ladrão Dourado


Havia pouca luz, a que tinha era de algumas tochas pregadas à parede, e o som das goteiras parecia fazer parte do ar úmido e fétido. 

Erik suspirou consigo mesmo, o esgoto de Prontera parecia um lugar maior e mais assustador quando ele fora um espadachim, disso ele se lembrava, mas do caminho até as entranhas do esgoto não, como as coisas eram irônicas. Sua época como espadachim foi tão curta, e há tanto tempo atrás que era difícil se lembrar de tudo com clareza. Ele se lembrava de que fora apaixonado pela noviça do grupo, assim como todos os outros do grupo e se lembrava de que o líder era o seu irmão, já vestido com a armadura de cavaleiro de Prontera. 

Atualmente parecia tudo ser mais fácil, os aprendizes não são mais obrigados a fazer nenhuma prova específica para entrarem nos clãs, só precisavam demonstrar que tinham a força, velocidade e inteligência mínima para ser o que quer que queiram. Os iniciantes de hoje em dia já saem de suas guildas armados, com poções e até mesmo com um aventureiro mais experiente lhe guiando o caminho. Quando Erik foi aprendiz, demorou meses para se tornar um espadachim, e apenas depois de quatro anos seu irmão decidiu se juntar ao grupo. Mas as coisas mudavam para melhor, pelo menos era nisso que ele acreditava.

Apesar de atualmente, Erik ser um Lorde, ou seja, ser a elite dos cavaleiros, ele sabia que não iria conseguir proteger um grupo tão grande sozinho, por isso há dias atrás recrutara o mercenário silencioso chamado Mort com ele, o que era uma redundância dizer que um mercenário era silencioso. O mercenário ia à frente, Erik atrás e às suas costas seguiam os aventureiros de primeira viagem, Ian, seu irmão mais novo, já espadachim, e andando junto a ele Kathe uma gatuna, depois Cal, outro gatuno e Lisa, a noviça do grupo, atrás de todos eles, Anne, a sacerdotisa que um dia foi a noviça por quem ele foi apaixonado e depois Rui o ferreiro, um de seus melhores amigos, com o carrinho das poções. 

- Nós já passamos por aqui. – disse o mercenário de repente. 

- Do que você está falando? – Erik respondeu discretamente para impedir que seu irmão ou os outros ouvissem.

- Já passamos por aqui. – ele repetiu. – Aquela marca no chão é o besouro ladrão que o seu irmão abateu “braviamente” uma hora atrás. – o mercenário apontou, e Erik pôde ver levando a tocha na direção da mancha. 

- Droga. – praguejou.

- É melhor chamar a sacerdotisa e o ferreiro aqui e bolar um plano.

- Eu sei muito bem disso. – Erik disse ríspido e se virou para o grupo. – Pessoal! Vamos parar um pouco! Aproveitem o descanso para checarem suas lâminas ou beber alguma poção.

Os mais novos agradeceram e já começaram a se encostar a parede resmungando sobre a dor nas pernas ou sobre alguma brilhante luta contra os besouros insignificantes do esgoto. Crianças são crianças. Erik fez um sinal para Anne e Rui, eles se aproximaram com o cenho franzido.

- Aconteceu alguma coisa?

- Estamos perdidos. – disse Rui mastigando a ponta de uma folha no canto da boca.

- Não presuma assim as coisas. – Erik respondeu.

- Então?

- Sim, nós estamos perdidos. – o lorde falou. A sacerdotisa soltou uma exclamação automaticamente. 

- Você vai assustar as crianças. – o mercenário disse para ela repreendendo-a. – Eu voto em voltar.

- Voltar? – o ferreiro questionou. – Nós estamos andando aqui a horas procurando o maldito besouro-ladrão dourado.

- Nós estamos num grupo de crianças. – o outro retrucou. – Mesmo que achássemos essa coisa, a batalha só iria durar o suficiente para fugir de maneira segura. – havia coesão nas palavras do mercenário. – Além do mais, são só boatos que falam que essa coisa apareceu aqui.

- Eles vão ficar decepcionados. – Anne disse olhando para o grupo mais novo de soslaio. – Em seu primeiro mês de viagem aposto que eles adorariam se gabar de ter encontrado o lendário besouro-ladrão dourado.

Ian com certeza ficaria decepcionado por si e pelo grupo inteiro. Ele iria resmungar durante dias e dias sobre a aventura frustrada. Erik esfregou as têmporas tentando achar uma solução, foi um erro trazer o grupo para os esgotos, ele planejava uma semana tranqüila matando porings e rockers nos arredores de Prontera, mas Ian tinha que insistir e levar todos os novatos juntos a fazerem coro implorando para que ele levasse o grupo para os esgotos.

- Vamos andar mais algumas horas. – Erik disse. – Se nada acontecer, vamos embora e damos um jeito de convencer os garotos de que o besouro-ladrão dourado é só uma lenda ou qualquer estupidez dessas. 

Anne e Rui concordaram e Mort simplesmente deu de ombros, ele estava sendo pago mesmo então não havia do que reclamar. Mercenários eram criaturas fascinantes, na concepção de Erik.

- Do que vocês tanto falam?! – era Ian. – Por que não falam pro grupo todo?

Anne e o ferreiro logo se afastaram dos outros dois como se o que estivessem falando antes não fosse nada sério e como se estivessem escapando de algo. Mort olhou Ian de cima para baixo e lhe virou as costas, o que era uma das vantagens de ser um mercenário, eram poucas as pessoas que insistiam em fazê-los falar. Restou Erik para lidar com o espadachim com o gênio difícil.

- Nós só estávamos checando as direções. – o irmão o olhou desconfiado. – Logo nós chegaremos lá. 

- É melhor que isso aconteça. – Ian disse. – Você prometeu Erik, lembra? E um lorde nunca deve quebrar suas promessas...

Mort se mobilizou de um momento para o outro. Erik olhou para ele e entendeu desembaiando a espada, o ferreiro empunhou o machado e Anne fez o que sacerdotisas faziam de melhor, se encolher com as duas mãos rentes ao peito com ansiedade atrás de alguém. Os novatos não entenderam, mas se mobilizaram do mesmo jeito, apenas Ian ficou encarando a todos como se estivesse rodeado por retardados mentais.

- Por que vocês não andam?!

Um cheiro verdadeiramente doce se misturou ao ar fétido do esgoto que corria no canal ao lado deles. Erik apurou a visão e a audição, e o mercenário encostou as costas ás suas com as katares em punho. Seja lá o que fosse, se aproveitava da escuridão. Era péssimo lutar naquela escuridão, sua espada era pesada demais para ser segurada por uma mão só, mas ele tinha que manter a tocha alta senão isso poderia custar sua vida e a do grupo. As chamas tremeluzeram.

- É o besouro-ladrão dourado?! – Ian perguntou. 

De repente um baque forte foi ouvido. Erik virou a tocha na direção do barulho mas apenas viu Ian se contorcendo de dor na escuridão com o grupo inteiro olhando sem entender, nenhum sangue. Segundos depois foi um tilintar, como o cruzamento de lâminas, Erik voltou a tocha e viu Mort com as katares em posição de bloqueio com um arranhão preocupante nas lâminas. Sentiu o ar se movendo como algo tivesse se afastando. O mercenário não parecia machucado, e a única coisa que falava no esgoto era Ian gemendo de dor, os novatos estavam num silencio sepulcral, pelo menos isso eles aprenderam rápido. 

- Apareça! – Erik gritou para a escuridão prostrado ao lado do mercenário. 

O som leve de guizos se chocando se fez presente na escuridão que os inundava. Erik ouviu o som de couro batendo sobre a pedra e levou a tocha para mais a frente. Uma silhueta foi iluminada pelo fogo.

- Quem é você?!

Erik ouviu o som de lâmina sendo embaiada, o que era bom. Não viu nenhuma espada com a pouca luz que tinha, o que era ruim. A pessoa ocultada pela escuridão pareceu ter puxado alguma coisa e riscado contra o chão, e assim outra tocha fora acesa, mas na mão de quem os tinha atacado. Mort, por algum motivo, soltou uma exclamação que Erik conseguiu ouvir mesmo que tivesse sido abafada pela máscara do mercenário. 

A pessoa se virou e com a tocha acendeu outra que estava pendurada na parede ao seu lado. Era uma mulher.

- Hoje em dia até crianças tem permissão para andarem no esgoto de Prontera? – ela disse, a luz alaranjada das chamas revelaram um sorriso no rosto feminino.

- Quem é você?! – Erik perguntou ainda com a espada na mão. 

- Erik vamos embora. – Mort falou rapidamente. Todos no grupo olharam para ele.

- Embora?! – Ian exclamou parecendo se esquecer da dor.

- Do que você está falando Mort? – Erik perguntou de forma mais silenciosa que o irmão fizera. 

- Você notou a maneira dessa mulher de se vestir? – Mort parecia paralisado de medo. 

Erik voltou a olhar para a mulher. Ela usava um enorme cachecol vermelho no pescoço, usava protetores brancos como ossos que iam até seus cotovelos por cima das luvas negras, suas coxas estavam nuas e ela carregava duas katares penduradas em coldres na lateral das pernas. Sua vestimenta lembrava a de uma mercenária, mas Erik não achava que Mort estava paralisado de medo por conta de uma simples mercenária. 

- Notou o símbolo que tem nas katares dela? – Mort prosseguiu. – Eu vi por que ela quase arrancou minha cabeça com elas.

- O que isso tudo quer dizer?! – Erik indagou. – Ela é uma mercenária?

- Não. – Mort encarou a mulher, que sorria, nos olhos. – Ela é uma algoz.

Todos no grupo pareceram engolir em seco com a declaração do mercenário. Anne se encolheu ainda mais atrás de Rui, e a noviça a imitou se encolhendo atrás do gatuno. Os dois gatunos, por sua vez, olhavam aquela mulher com uma curiosidade suicida, como se tivessem muito medo, mas ao mesmo tempo muita admiração também. Erik fuzilou a suposta algoz com o olhar, ela parecia tranqüila como se estivesse passeando num dia de verão.

- Isso é verdade? – ele perguntou a ela. A algoz estava com um cigarro na ponta dos lábios usando a tocha para acendê-lo. 

- O que? – ela disse sorrindo sem mostrar os dentes.

- Você é uma algoz? – ela estalou a língua.

- Sim eu sou. – respondeu.

- Por que você nos atacou?

- Por nada em especial. – ela se aproximou mais da luz da tocha de Erik, ficando à poucos passos do grupo. – Eu ia passar reto por vocês, mas esse espadachim estúpido fez tanto barulho que acabou me irritando.

Ian cerrou os dentes.

- Mate ela Erik! – ele bradou.

- Fique quieto Ian. – Cal disse. Erik olhou para o irmão dizendo o mesmo com os olhos.

- Garoto estúpido. – Mort resmungou. 

- Ela tentou me matar! – Ian insistiu. – Todo mundo viu! Você tem que matá-la Erik, você jurou proteger a família! – Erik, por um segundo, um único segundo, entendeu por que a algoz interrompeu seu caminho para acertar Ian. Quanto a ela, revirou os olhos e deu uma tragada em seu cigarro, como se estivesse se cansando do espadachim, mas sem parar de sorrir.

- Garoto estúpido. – o mercenário repetiu. – Se ela te quisesse morto seu corpo já estaria apodrecendo a essa altura. 

- Meu irmão mercenário fez o dever de casa. – ela disse soltando a fumaça de forma charmosa. – Se você não se importa, lorde, por que trouxe esse monte de crianças para cá? 

- Para matarmos o besouro-ladrão dourado! – Ian respondeu pelo irmão. – Você pode tentar o quanto quiser, mas nós vamos matá-lo. – a algoz sorriu e apertou os olhos olhando para Ian.

- Ah, garotinho. – disse. – Um algoz nunca tenta matar. 

- Você está sozinha? – Erik perguntou com o intuito de desviar a atenção da algoz do irmão. 

- Eu prefiro andar sozinha a viajar com crianças. 

- Eu não procuro uma luta desnecessária. – o lorde disse. – Então nós vamos seguir nosso caminho atrás do besouro-ladrão dourado e você o seu.

- Você faz certo em não procurar. – ela disse olhando para o grupo. – Você, pode ser algum desafio, mas suas crianças morreriam tão rápido que nem saberiam. – ela voltou o olhar para Erik. – De toda forma, é inútil vocês irem atrás do besouro-ladrão dourado. 

- O que você quer dizer?

- Eu já o matei. – a algoz respondeu e mostrou um pedaço retangular de papel. Erik não precisou olhar duas vezes para ver de quem aquela carta era. – E a propósito, o caminho que vocês estão tomando é o da saída. 

Erik olhou para Mort como se perguntasse como aquilo era possível, as únicas coisas que os olhos do mercenário lhe disseram eram para irem embora logo antes que eles tivessem o mesmo destino que o besouro-ladrão dourado. 

- Eu sou Erik. – o lorde falou por fim. – Filho da família Darrell, estes são os meus companheiros de viagem. – Ninguém acenou para a algoz, como era de se esperar. – Qual o seu nome? 

Ela soltou um risinho.

- Lorde bobo. – falou virando as costas. – Que tipo de pessoa pergunta o nome de um algoz?

A tocha dela apagou e ela sumiu como névoa se dissipando. Não houve som de passos e nem sombras se esgueirando pelas paredes com a luz do fogo, foi como se ela nunca estivesse estado ali.

Notas Finais



 

Nome: Erik Darrell
Idade: 25
Profissão: Lorde (lord knight)
Nivel:99
Caracteristica Marcante: É um líder nato

Nenhum comentário:

powered by Blogger | Converted by @Baka_Sam